Investidores perdem até 93% do dinheiro com COE

Investidores perdem até 93% do dinheiro com COE

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  • 19 de outubro de 2025
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COE: Investidmento  ou Cassino? Como XP e BTG Deixaram Investidores à Beira do Prejuízo Total.

Investidores que adquiriram Certificados de Operações Estruturadas (COE) da XP e do BTG atrelados às ações da Ambipar e Braskem enfrentaram perdas de até 93% do valor aplicado.

Quem investiu em COEs vinculados à Ambipar recebeu apenas 6,88% do capital inicial. No caso da Braskem, os valores resgatados variaram entre 26,62% e 36,97%. Em ambos os cenários, os prejuízos foram expressivos.

Para ilustrar: um investimento de R$ 1.000,00 resultou em um retorno de apenas R$ 68,80 para os titulares de COEs da Ambipar. Já quem aplicou o mesmo valor nos COEs da Braskem recebeu, no máximo, R$ 369,70.

🔎 Entenda a Estrutura do COE que gerou prejuizos:

Os COEs em questão eram do tipo “Principal Protegido com Exposição ao Risco”, onde:

  • O investidor assume o risco das ações da Ambipar/Braskem
  • A “proteção” só se efetivaria em cenários muito específicos
  • O retorno máximo era limitado, mas as perdas poderiam ser totais

⚖️ Posicionamento Jurídico:

O advogado Marcus Valerio Valverde, especialista em direito financeiro, alerta:

“Muitos investidores foram atraídos pela falsa sensação de segurança. Esses casos deveriam motivar a CVM a revisar urgentemente a regulamentação dos COEs, especialmente quanto à clareza na divulgação de riscos.”

Riscos do COE
credito: Imagem de WOKANDAPIX

📊 Contexto do Mercado:

De acordo com a B3, o volume de COEs negociados no Brasil atingiu R$ 90 bilhões em 2024, um crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Preocupantemente, pesquisas do Instituto Brasileiro de Defesa do Investidor (IBDI) indicam que:

  • 68% dos investidores de COEs não compreendem plenamente os riscos
  • 42% acreditavam ter proteção total do capital

🛡️ A “Garantia” que Não Protege Como Prometido

Apesar de frequentemente serem divulgados como produtos com “proteção” ou “garantia”, esses benefícios:

  • Só se aplicam em condições de mercado muito específicas
  • Não cobrem riscos creditícios das empresas emissoras
  • Não protegem contra eventos extremos como recuperação judicial

📝 Checklist para Quem Investe em COE:

  1. Verifique a saúde financeira da empresa de referência
  2. Entenda os cenários onde a “proteção” realmente funciona
  3. Confirme se há liquidez secundária para o produto
  4. Analise o histórico da instituição emissora
  5. Consulte se o produto é adequado ao seu perfil na ANS

🏭 Situação das Empresas-Alvo:

Ambipar, empresa de gestão ambiental, deve recorrer à Justiça para evitar a falência, ingressando em processo de recuperação judicial, segundo informações da Bloomberg. Já a Braskem contraiu um empréstimo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) e, por conta do endividamento, teve sua classificação de crédito rebaixada por agências de risco.

O pedido de recuperação judicial da Ambipar é após a empresa acumular dívidas de R$ 2,3 bilhões. Já a Braskem, além do rebaixamento de crédito, enfrenta ações judiciais de investidores e questionamentos sobre sua governança.

Foto de Inzmam Khan

💡 Recomendações para Investidores Lesados por COE:

    • Reúna toda documentação da aplicação
  • Busque orientação jurídica especializada
  • Registre reclamação na CVM e no Bacen
  • Participe de ações coletivas quando disponíveis

Hora do Investidor já havia alertado sobre os riscos associados aos COEs em seu artigo Tudo o que você precisa saber sobre o COE – Certificado de Operações Estruturadas, destacando a complexidade e os riscos ocultos desses produtos.

Com informações da Reuters, Bloomberg News e IBDI

 

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