Como um negócio de sucesso pode ser tornar um problema.

Neste artigo iremos ver:

Situação da Marvel: ascensão e queda

Ascensão e queda da Marvel da MCU: Números ladeira abaixo Bilheteria da Marvel entre 2008 e 2023;

Ascensão e queda da Marvel: Bilheteria entre 2008 e 2023;

Os grandes sucessos da Marvel;

Fases do Universo Marvel;

Quais os possíveis motivos para a queda da Marvel;

Covid;

Excesso de lançamentos;

O fator China;

A chamada lacração;

Problemas internos;

O futuro da Marvel;

Situação da Marvel: ascensão e queda

O Marvel Cinematic Universe (MCU) é uma franquia de mídia norte americana criada em 2008. Ela é centrada em filmes de super-heróis, produzidos pela Marvel Studios, baseados em personagens das revistas em quadrinhos da Marvel Comics. Ao longo no nosso artigo iremos ver tudo sobre ascensão e queda do Universo Marvel.

O investimento da Disney na Marvel rendeu lucros de dezenas de bilhões de dólares. No entanto, os últimos lançamentos da empresa tiveram baixo desempenho de bilheteria, que se tornou um problema para o estúdio.

Muito consideram que o estúdio está em uma grande crise difícil de se resolver.

No gráfico acima mostra o desempenho da bilheteria dos filmes da empresa. Percebam no gráfico que o primeiro grande sucesso do MCU foi Os Vingadores, sendo o pioneiro filme a ultrapassar US$ 1 bilhão em bilheteria.

Depois do lançamento de os Vingadores, a arrecadação da bilheteria cresceu. Filmes como Capitão América: Guerra Civil, Pantera Negra e Capitã Marvel tiveram grande sucesso de público e da crítica.

Ainda analisando apenas o gráfico, vemos que o topo do estúdio foi Vingadores: Ultimato. A produção é a maior bilheteria da história do cinema, com US$ 2,79 bilhões arrecadados.

Todavia, após esse estrondoso sucesso, a situação mudou, percebam que após Homem-Aranha: Longe de Casa, nenhum lançamento ultrapassou US$ 1 bilhão em bilheteria.

O último lançamento da Marvel, The Marvels, o 33º filme do estúdio teve o pior desempenho em todos os tempos nos EUA. Encerrando sua temporada nos cinemas com apenas US$ 205,8 milhões de faturamento. Abaixo até de “O Incrível Hulk”, que arrecadou US$ 264 milhões de bilheteria em 2008.

Orçado em US$ 274,8 milhões, The Marvels deixou um prejuízo de milhões de dólares para a Disney, dona da Marvel. Se transformando em um estrondoso desastre comercial.

Cabe lembrar que a Disney comprou a Marvel Entertainment em 2009 por 4 bilhões de dólares.

Ascensão e queda da Marvel da MCU: Números ladeira abaixo

A Fase 4, concluída em 2022, fechou com um faturamento de US$ 888,50 milhões, uma queda de 28% em relação à Fase 3, de 2016 a 2019.

Mas o problema não é somente a bilheteria, a aprovação dos filmes junto aos fãs também caíram.

No Rotten Tomatoes, site que compila as opiniões da imprensa, a aprovação média sempre girou em torno de 80%, chegando 88,2% na terceira fase. Entretanto, esse mar de rosas acabou, as avaliações positivas caíram para 78,8% na Fase 3 e 64,5% na Fase 4.

Ascensão e queda da Marvel: Bilheteria entre 2008 e 2023

O Universo Marvel foi oficialmente criado com o lançamento do filme Homem de Ferro em 2008, um sucesso que arrecadou US$ 585 milhões de bilheteria.

Nos anos seguintes, o Estudio lançou vários filmes, construindo personagens e histórias em “fases” e faturando com lançamentos cruzados.

A Fase 1 terminou com Os Vingadores de 2012, como dissemos, o primeiro filme da companhia a faturar mais de US$ 1 bilhão de dólares.

Abaixo veja todos os lançamentos da Marvel em ordem cronológica de lançamento, com seus respectivos orçamentos de produção, arrecadação de bilheteria, dentre outros dados.

Os grandes sucessos da Marvel

O grande Vingadores Ultimato arrecadou 2,79 bilhões no mundo.

Os Vingadores (2012) e Os Vingadores: Era de Ultron (2015) juntos, renderam aos cofres da Marvel quase 3 bilhões de dólares. Faturando individualmente U$$ 1,51 e U$$ 1,39 bi, respectivamente.

Outros grandes sucessos do estúdio incluem:

1) Vingadores: Guerra Infinita faturou U$$ 2,04 bilhões;

2) Homem-Aranha: De jeito nenhum para casa, com uma bilheteria mundial de US$ 1.9 bilhões;

3) Pantera negra teve U$$ 1,33 bilhão de faturamento;

4) Homem de Ferro 3, com U$$ 1,21 bi;

5) Homem-Aranha: Longe de Casa, faturando US$ 1.1 bilhão;

6) Capitão Marvel faturou 1,1 bilhão;

7) Capitão América guerra civil atingiu 1,15 bilhão de faturamento mundial;

Fases do Universo Marvel

O Universo Cinematográfico Marvel, é uma das maiores sagas do cinema. Além dos filmes, fazem parte desse universo enumeras séries como Loki e Mulher-Hulk.

Fase 1 – a partir de 2008

A fase de estreia do estúdio. Foram seis filmes nesta primeira fase:

1) Homem de Ferro (2008);

2) O Incrível Hulk (2008);

3) Homem de Ferro 2 (2010);

4) Thor (2011);

5) Capitão América: O Primeiro Vingador (2011);

6) Os Vingadores – The Avengers (2012)

Fase 2 – Consolidação

Essa fase também possui 6 filmes e é conhecida como a fase de consolidação:

1) Homem de Ferro 3 (2013);

2) Thor: mundo sombrio (2013);

3) Capitão América: o soldado invernal (2014);

4) Guardiões da Galáxia (2014);

5) Vingadores: Era de Ultron (2015);

6) Homem-Formiga (2015)

Fase 3 de 2016 a 2019

Para os fãs essa é a melhor fase de todas, com 11 filmes. Percebem que nesta fase o número de lançamentos aumentou bastante, o que pode iniciar a fase de saturação explicada mais a frente.

1) Capitão América: Guerra Civil (2016);

2) Doutor Estranho (2016);

3) Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017);

4) Homem-Aranha: de volta ao lar (2017);

5) Thor: Ragnarok (2017);

6) Pantera Negra (2018);

7) Vingadores: Guerra Infinita (2018);

8) Homem-Formiga e a Vespa (2018);

9) Capitã Marvel (2019);

10) Vingadores: Ultimato (2019);

11) Homem-Aranha: Longe de Casa (2019);

Fase 4 – Início da queda

Nesta fase os lançamentos continuam aumentando, inclusive com outros produtos, como as séries para TV e Streaming. Ao todo foram 16 lançamentos.

• WandaVision – Temporada 1 (2021);
• Falcão e o Soldado Invernal – Temporada 1 (2021);
• Loki – Temporada 1 (2021);
• Viúva Negra (2021);
• What if…? – Temporada 1 (2021);
• Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021);
• Eternos (2021);
• Gavião Arqueiro (2021);
• Homem-Aranha: sem volta para casa (2021);
• Cavaleiro da Lua (2022);
• Doutor Estranho no multiverso da loucura (2022);
• Marvel (2022);
• Thor: Amor e Trovão (2022);
• Eu sou Groot – Temporada 1 (2022);
• Mulher-Hulk: defensora de heróis – Temporada 1 (2022);
• Pantera Negra: Wakanda para sempre (2022)

Fase 5 – A queda continua 

Fase de tentativa de volta dos lucros, mas sem muito sucesso. No total foram 14 lançamentos.

• Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023);
• Guardiões da Galáxia Vol. 3 (2023);
• Invasão Secreta – (21 de junho de 2023);
• Loki – Temporada 2 (2023);
• The Marvels (9 de novembro de 2023);
• Echo – Temporada 1 (2023?);
• Ironheart – Temporada 1 (2023?);
• Agatha: coven of chaos (2024?);
• What if…? – Temporada 2 (2024);
• Blade (2024);
• Demolidor: born again (2024);
• Capitão América: nova ordem mundial (3 de maio de 2024);
• Thunderbolts (Lançamento previsto para 26 de julho de 2024);
• Deadpool 3 (Lançamento previsto para 8 de novembro de 2024)

Fase 6 – Atual

Esta fase foi planejada para ter cinco filmes e sete programas de televisão, todavia, o desempenho ruim da Marvel está fazendo com que a Disney reavalie seus lançamentos.

1) Quarteto Fantástico (Lançamento previsto para 8 de novembro de 2024);

2) Vingadores: a Dinastia Kang (Lançamento previsto para 2 de maio de 2025);

3) Vingadores: Guerras Secretas (Lançamento previsto para 7 de novembro de 2025);

Quais os possíveis motivos para a queda da Marvel

A ascensão e queda da Marvel pode ser explicada por diversos fatores, iremos ver alguns deles.

Pandemia de Covid-19

A pandemia de Covid-19 foi um dos primeiros problemas enfrentados pela empresa. Na verdade, a covid gerou prejuízos em toda economia mundial. Principalmente para os setores vistos como não essenciais, como o entretenimento.

A pandemia durou cerca de 2 anos e afetou a bilheteria mundial, impactando assim em novos lançamentos e novos investimentos.

Excesso de lançamentos podem explicar a ascensão e queda da Marvel.

Outro ponto que deve ser considerando como agravante na crise da Marvel é o excesso de lançamentos de produtos relacionados a suas franquias. Saturando seus clientes.

A estratégia de lançar múltiplos filmes e séries a cada ano trouxe uma sensação de excesso, o que parece ter cansado os fãs mais apaixonados.

Até o fim da Saga do Infinito, o normal era ter três produções da Marvel por ano no cinema. Hoje a cada 2 meses há um lançamento, seja no cinema ou no streaming.

Enquanto as três primeiras fases do MCU foram limitadas apenas aos lançamentos de longas-metragens nos cinemas. A Fase Quatro, de 2021 a 2022, incluiu oito programas de televisão lançados no serviço de streaming Disney Plus.

O excesso de lançamentos traz uma outra questão. Por conta de os filmes serem interconectados, muitos acreditam que, para compreender uma nova história, seria necessário assistir muitos filmes anteriores, até mesmo assistir os 32 filmes e ainda diversas temporadas das séries.

O problema teria iniciado na fase 4, nesta, a Marvel ampliou exponencialmente seus lançamentos, uma mistura de filmes e séries de TV lançadas no Disney+.

Especialistas em áudio visual afirmam que todo gênero cinematográfico tende a ficar saturada depois de certo tempo. Ainda mais com tantos produtos semelhantes em um curto espaço de tempo.

Mas a matemática básica do Studio Marvel é:  “Se dá lucro, vamos fazer mais”.

O fator China foi responsável tanto pela ascensão quanto pela queda da Marvel.

A China é grande em tudo. O país é o segundo maior mercado cinematográfico do mundo. Perdendo apenas para os Estados Unidos.

Neste cenário, a China baniu os filmes da Marvel por três anos e meio. Claro que a falta de bilheteria na China diminuiu os lucros da Disney.

O banimento acabou em 2023, mas o publico por lá não está mais conectado com a franquia como antes. A falta de conhecimentos dos filmes anteriores pode dificultar que os chineses vão ao cinema com o mesmo entusiasmo de antes.

Demandará tempo para que a Disney volte a ter o mesmo publico na China.

A chamada lacração

Desde 2019, a Marvel vem sofrendo boicotes do público conservador. O fato gerador foi o lançamento o filme da Capitã Marvel. A queixa desse publico é o protagonismo e destaque com que as personagens femininas vêm ganhando.

A questão pode ser resumida com o termo cultura woke. O termo woke tem a intenção de promover maior diversidade e valorização das chamadas minorias, que incluem negros, mulheres, imigrantes, homossexuais, pessoas trans e do multiculturalismo.

A cultura woke, também chamada de politicamente correto, se espalhou no mundo e com ela gerou um contra-ataque daqueles mais conservadores.

O termo woke tornou-se sinônimo de políticas da esquerda e por isso o combate dos conservadores. A direita acredita que essas políticas representam uma ameaça aos “valores da família”.

A guerra envolvendo o politicamente correto não fica restrita apenas na cultura. A batalha também chegou no mundo empresarial.

É aí que a Marvel começa a ser boicotada e atacadas por adotar mudanças em seus filmes, como o protagonismo de super-heróis femininas, negros e até gays.

Quem Lacra não Lucra

Nesta guerra até um outro termo foi criado: “Quem lacra não Lucra”

A organização One Million Moms, formada por mães conservadoras chegou a declarar:

“Crianças desejam ser como os super-heróis. Crianças imitam suas ações e até se vestem para lembrar esses personagens o máximo que puderem. Você pode imaginar garotos dizendo que querem ter um namorado como os X-Men?”

E continuou

“Isso é ridículo. Por que homens gays adultos precisam de super-heróis como modelos? Eles não precisam, mas querem doutrinar mentes de jovens colocando esses personagens gays em um pedestal sob uma luz positiva. Essas empresas influenciam fortemente nossa juventude por meio desses super-heróis, para fazer uma lavagem cerebral e fazê-los pensar que o modo de vida dos gays é normal e desejável. Como cristãos, sabemos que a homossexualidade é um pecado”

Os conservadores criticam uma suposta arrogância do Universo Marvel em não ouvir seus clientes conservadores e dar atenção apenas aos clientes progressistas ou de esquerda.

Problemas internos

Em 2022, a Marvel enfrentou uma crise com seus profissionais de efeitos visuais, o que gerou uma diminuição da qualidade em seus filmes. Queda essa que foi percebida e reclamada por seus fãs.

A empresa foi acusada péssimas condições de trabalho dos profissionais de efeitos especiais. Excesso de trabalho, baixos salários e prazos curtos para entregas foram bastante criticados na época.

Outro problema interno que prejudicou a empresa foi o fato que James Gun, roteirista, diretor, produtor, deixou a Marvel para trabalhar na concorrente, a DC Comics, pertencente a Warner Bros.

Conhecido por comandar os dois primeiros filmes Guardiões da Galáxia, a saída de Gun foi um duro golpe para os fãs da MCU.

Seu inferno começou em 2018, quando uma série de seus tweets antigos com piadas sobre Holocausto, pedofilia, estupro foram divulgados.

Houve também o caso do ator Jonathan Majors, que estrelou “Kang, o conquistador”, ter sido preso por agressão contra uma mulher.

Em 18 de dezembro de 2023, o ator foi considerado culpado em julgamento por agressão de terceiro grau contra sua ex-namorada, Grace Jabbari.

Na época o ator alegou inocência sobre as agressões físicas e declarou:

“Fui imprudente com o coração dela, não com o corpo”

O futuro da Marvel e da Disney

A empresa precisa rever muitos pontos: sua posição de filmes e séries sendo lançados praticamente sem intervalo. Abandonando a ganância de fazer uma obra depois da outra.

A Disney pensando em crescimento sem a Marvel, comprou a 20th Century Fox, responsável pelos direitos de “X-Men”, em 2019.

Com o negócio, a Disney passa a controlar os direitos de X-Men, Deadpool, Quarteto Fantástico, Avatar.

A pergunta que fica é: A Marvel conseguirá voltar à topo nas bilheterias globais?