A AZUL (Azul4) está falindo?

A AZUL (Azul4) está falindo?

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Qual tamanho da crise que a Azul Linhas Aéreas está enfrentando?

Neste artigo iremos ver:

Por que a Azul Linhas Aéreas está em crise?

Qual a situação financeira da Azul?

Corte de custos afetou atendimento no Brasil

A azul vai pedir recuperação judicial?

Qual futuro da Azul?

Uma possível recuperação judicial ajudaria a Azul?

Por que a Azul linhas Aéreas está em crise?

O aumento expressivo da dívida da companhia Azul linhas aéreas é devido à alta prolongada do dólar, ou seja, enfraquecimento do real frente ao dólar. A moeda chegou a ser cotada 5,75 em 01 de agosto desse ano.

O setor aéreo é fortemente atrelado à moeda americana, uma vez que custos como leasing de aeronaves, lubrificantes e combustível representam mais da metade do preço de uma passagem e são atrelados a moeda estrangeira.

A Azul contraiu dívidas em uma época que o dólar estava bem menor que os níveis atuais. Neste contexto, entre os meses de abril e junho de 2024, a valorização da moeda norte americana fez com que a dívida da empresa aumentarem em R$ 3,7 bilhões.

O aumento dos preços do querosene de aviação também tem dificultado a situação financeira da Azul.

A situação da Azul declinou nos últimos 12 meses. A empresa estava bem financeiramente ao ponto de o mercado cogitar que ela compraria sua concorrente, a Gol, conforme detalhamos em nosso artigo “A Azul vai comprar a Gol? Isso é bom ou ruim para o consumidor?

Qual a situação da Azul linhas aéreas?

A Azul possui uma dívida de cerca de US$ 600 milhões, o equivalente a 3,3 bilhões de reais, isso com um dólar a R$ 5,50.

Recentemente, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da Azul para CCC, o que antes era (B-).

Outra agência de classificação, a Moody’s, também rebaixou a nota da Azul para Caa1, anteriormente a nota era Caa2.

Impacto na bolsa Brasileira

A notícia da crise na Azul caiu como uma bomba na Bovespa para as ações da empresa.

As ações da empresa, Azul4, que já teve cotação de R$ 62,41 antes da pandemia, chegou a ser negociada em R$ 4,07, em 09 de setembro de 2024.

O que diz a Azul sobre a compra da Gol
O que diz a Azul sobre a compra da Gol

Corte de custos afetou atendimento no Brasil

A companhia, assim como as demais companhias aéreas, tem um serviço de bordo com snacks doces e salgados, além dos sucos, refrigerantes e café. No entanto, a empresa cortou o serviço de bordo nos voos com até de 45 minutos de duração.

Nesses voos de até 45 minutos agora é oferecido apenas água aos passageiros. Já nos demais voos, o cliente pode escolher apenas um biscoito doce ou um salgado. Limitação essa, que não existia antigamente.

A empresa vem estudando implementar um serviço de bordo pago, de forma a aumentar sua receita.

Outro ponto afetado pela crise da empresa é a redução dos ônibus gratuito que ligava o aeroporto de Campinas para a cidade de São Paulo.  Esse aeroporto, o Viracopos, é o principal da Azul no Brasil.

Antes da crise era possível pegar os ônibus gratuitos saindo do Shopping Eldorado, de Tamboré ou do terminal rodoviário da Barra Funda, todos na cidade de são Paulo, para o Aeroporto de Viracopos.

Todavia, desde agosto a única linha que restou é a que liga o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a Viracopos, e com apenas sete horário disponível em cada sentido. Neste cenário, rotas de menor ocupação podem passar por alterações ou ser canceladas pela empresa no futuro.

A azul vai pedir recuperação judicial?

Um pedido de recuperação judicial, é o meio utilizado para evitar que empresas decretem falência.

Quando uma empresa pede recuperação judicial, ela apresenta um plano para pagar seus credores, inclusive verbas rescisórias de funcionários desligados.

Quando o processo é iniciado no Brasil ele precisa de autorizado pela Justiça Brasileira. Por aqui a recuperação judicial é regulamentada pela lei 11.101 de 2005.

Todavia, muitas companhias aéreas tem solicitado recuperação judicial nos Estados Unidos, baseadas no Chapter 11 do Bankruptcy Act, ou Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, que se assemelha em alguns pontos com a recuperação judicial no Brasil.

Essas empresas consideram que aderir ao Capítulo 11 (Chapter 11) da lei de falências norte americana é mais vantajoso do que solicitar recuperação judicial no Brasil e por esse motivo a Latam e a Gol entraram em recuperação nos EUA.

No entanto, o presidente-executivo da Azul (AZUL4), John Rodgerson, afirmou no final de setembro em uma entrevista para a agencia de notícias Reuters:

“Não temos uma empresa aérea quebrada. Temos uma empresa aérea super saudável, que vai negociar com seus parceiros. (…) Um pedido de recuperação judicial não é nosso plano. Não é meu plano, não é o plano dos parceiros”.

A azul vai comprar a latam?
A azul vai comprar a latam?

Qual futuro da Azul?

A Azul tem negociado sua dívida de 600 milhões de dólares com seus credores, essa dívida é principalmente por conta dos leasings de seus aviões.

A previsão que a companhia chegue a um acordo ainda em outubro. O mercado prevê que os donos dos aviões (os arrendadores), podem sair da negociação sendo sócios da azul, com uma participação de cerca de 20% do capital da empresa. Essa notícia, de um possível acordo com seus credores, fez a ação da Azul (AZUL4) saltar mais de 14% em 26 de setembro. 

Nesta negociação, a Azul pretende levantar até US$ 400 milhões com seus credores, dando como garantia, a Azul Cargo, sua empresa de logística.

A empresa também aguarda a liberação de um empréstimo do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) cerca de R$ 5 bilhões.

A companhia contratou ainda um escritório de advocacia europeu para cobrar uma dívida de cerca de R$ 1 bilhão da portuguesa TAP. Esse valor é referente a um empréstimo de 90 milhões de euros feito pela Azul para a TAP em 2016 e que até hoje não foi pago.

Uma possível recuperação judicial ajudaria a Azul?

Alguns analistas de mercado não descartam a possibilidade de a Azul pedir recuperação judicial. Muitos acreditam que essa é a única saída viável para a empresa.

Esses especialistas lembram do caso da Latam, que solicitou pedido de recuperação judicial nos EUA em maio de 2020 e saiu oficialmente da recuperação em 3 de novembro de 2022.

A Latam reduziu US$ 3,6 bilhões em sua dívida, uma queda de 35% em relação ao período anterior ao processo de recuperação. Saindo mais fortalecida após passar pela recuperação.

Hoje a Latam é a companhia aérea menos endividada, quando comparada com a Azul e com a Gol. No entanto, foi preciso cortes de pessoal e devolução de aeronaves.

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