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17 de outubro de 2024
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Fundos de Investimentos de renda fixa – Guia Completo

Tudo que você precisa aprender para investir em fundos de renda fixa.

Desvantagens dos fundos imobiliarios
Créditos: FabrikaPhoto

O que veremos neste artigo:

1) O que é um fundo de investimento (FI)

2) Como funciona os FIs

3) Quem administra e gere um fundo

4) Regras gerais de investimentos dos fundos

5) Fundos Aberto x Fundos fechados

6) Tipos de Fundos de Investimentos

7) Tipo de gestão de um Fundo de Investimento (gestão passiva x gestão ativa)

8) Custos para investir em fundos de investimentos

9) Tributação dos rendimentos de FIs

10) Vantagens dos FIs

12) Desvantagens dos FIs

13) Como escolher um fundo de investimento

14) Como escolher um fundo de investimento

15) Como investir em FI na prática

O que é um fundo de investimento?

Fundo de investimento é um tipo de investimento coletivo, criado como se fosse um condomínio, só que formados por investidores e não por moradores. Os Fundos são formados por um conjunto de investidores (cotistas) que reúnem seus recursos para investir no mercado financeiro e de capitais visando lucro. 

Como funcionam os Fundos de investimentos?

As decisões de onde e como investir é delegada a um gestor profissional, a gestora do fundo.

O patrimônio dos fundos é dividido em cotas. As cotas possuem um valor inicial definido na sua oferta primaria. No entanto, após o início das negociações, o valor das cotas pode subir ou cair, da mesma forma como ocorre no mercado de ações

Cada fundo tem seu regulamento, que define regras de como o gestor pode investir os recursos do fundo.

Como o investimento em um fundo é uma aplicação coletiva, o lucro do fundo é dividido entre os cotistas na proporção da quantidade de cotas que cada investidor possui. 

Os fundos de renda fixa não contam com garantia do FGC, no entanto, caso um banco quebre o investidor não perde o capital aplicado. Pois, os fundos de investimentos são entidades independentes e o valor investido nos fundos não se confunde com os recursos dos bancos. Ou seja, mesmo em caso de falência, os fundos de investimento continuarão existindo sob uma nova administração.

Quem administra e gere um fundo?

Nos FIs temos duas figuras muito importantes: o Administrador e o Gestor do fundo.

Administrador do fundo: Responsável pela criação e funcionamento do FI. É ele que aprova o regulamento que contém os objetivos do fundo e sua política de investimento. 

Cabe também ao administrador prestar o atendimento aos cotistas.

 Gestor do fundo:  É o responsável pela tomada de decisão dos investimentos do fundo, de acordo com os limites e condições estabelecidos no regulamento criado pelo administrador.

É o gestor que decide quais investimentos serão realizados com o dinheiro dos cotistas. Assim, é o gestor que compra e vende ações, títulos públicos ou privados, compra moedas, imóveis, comodities, tudo de acordo com o regulamento.

Apesar da maioria das decisões serem tomadas pelo Administrador e o Gestor do fundo, há questões que somente podem ser decididas em uma assembleia geral de cotistas, como nos seguintes casos:

1) Alteração na política de investimento e no regulamento do fundo; 

2) Aumento ou alteração na forma de cálculo das taxas de administração, de performance, de entrada e de saída; e

3) Substituição do administrador ou gestor do fundo;

4) Análise e deliberação sobre as demonstrações contábeis do fundo;

Vale ressaltar que, cotista ou grupo de cotistas, que possuam mais de 5% das cotas do fundo podem convocar uma assembleia geral.

Regras gerais de investimentos dos fundos:

1) Os fundos podem investir no máximo 20% do patrimônio em ativos de uma instituição financeira;

2) O limite é de até 10% do patrimônio para investimento em ativos de empresas de capital aberto e outros fundos;

3) O Limite é de 5% para os demais emissores;

4) Não há limite para investimento em títulos públicos federais;

5) Exigência legal de contratação de um auditor independente. Cabe a esse profissional auditar as demonstrações contábeis da carteira.

Fundo abertos e Fundos fechados

Quanto à possibilidade de resgatar o investimento somente do prazo determinado ou resgatar a qualquer momento existem dois tipos de fundos, os abertos e os fechados.

Fundo abertos: a aplicação e o resgate podem ser realizados a qualquer momento pelo investidor.

Fundos fechados:  a aplicação e o resgate podem ser realizados somente no prazo determinado pelo regulamento do fundo, ou seja, não pode ocorrer resgate fora do prazo determinado.

Os fundos fechados somente podem aceitar investidores ou novos aportes de investidores antigos durante o “período de captação”. Finalizado esse prazo, não é permitido a entrada de novos investidores e nem novos aportes dos investidores antigos.

 
Como investir em fundos imobiliarios
Créditos: Kevin Ku

Tipos de Fundos de Investimentos

Existem diversos tipos de fundos de Investimentos. No geral, temos os fundos de renda fixa e os Fundos de renda Variável.

Os fundos de renda fixa podem ser do tipo DI (Nome vem da taxa DI ou CDI), fundo de renda fixa de crédito privado e fundo de debêntures.

Por sua vez, os fundos de renda variável se dividem em diversos tipos, como: Fundos de Ações, Fundos Imobiliários, Fundo Cambiais, Fundos Multimercados, fundos de previdência, dentre outros.

Fundos de renda Variável

Um fundo de renda variável é um fundo que em sua carteira de investimentos possuem majoritariamente títulos de renda variável, a exemplo de ações, moedas, Commodities, dentre outros ativos. 

Fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa devem, obrigatoriamente, investir no mínimo 80% dos recursos em papéis de renda fixa.

Fundo DI

São fundos que investem seus recursos com o objetivo de obter a rentabilidade da taxa DI, ou seja, obter a rentabilidade do CDI (Certificado de Deposito Interbancário).

Assim, os investimentos são majoritariamente em títulos do governo federal e por isso são os fundos mais seguros.

Lembrete: O CDI é a sigla de Certificado de Depósito Interbancário. Que é o nome dos empréstimos que os bancos fazem entre si para fechar o dia no positivo. Pelas regras do Banco Central, todo banco deve fechar o dia com o caixa equilibrado, ou seja, deve entrar a mesma quantidade de dinheiro que sai no dia. Como nem sempre isso acontece, no final do dia os bancos que tem um saldo negativo pegam dinheiro emprestado com outros bancos usando a taxa do CDI.

Fundo de renda fixa de crédito privado

São fundos que investem seus recursos em títulos de renda fixa privado, como as LCIs, LCAs, os CDBs, dentre outros.

Assim, os investimentos são majoritariamente em títulos de empresas privadas e, por isso, possuem riscos maiores do que os fundos de renda fixa DI.

Fundo de debêntures

São fundos que investem seus recursos em debêntures incentivadas, ou seja, também investem em títulos privados, mas na forma de debêntures.

As debêntures incentivas são isentas de Imposto de Renda.

ALERTA: Cabe ressaltar, mesmo nos FI de renda fixa, há oscilações diárias, mas menores que as oscilações dos fundos de renda privada.

Custos para investir em fundos de investimentos:

1) Taxa de administração:  Taxa cobrada para arcar com os serviços de administração e gestão do fundo. Ela incide sobre o patrimônio do investidor. Quem deseja investir em fundos tem que sempre analisar o percentual da taxa de administração a ser cobrada;

2) Taxa de performance: Há fundos que cobram as taxas de performance, que são taxas cobradas quando o desempenho do fundo supera uma meta pré-estabelecida. Caso o fundo apenas bata a meta não haverá a cobrança da taxa de performance, caso a rentabilidade supere o indicador estabelecido haverá a cobrança desta taxa, que ficará com o gestor do fundo, como prêmio pelo desempenho;

3) Taxa de Saída: Há fundos que cobram essa taxa caso o investidor deseje resgatar seu dinheiro em um prazo menor que o prazo de resgate padrão do fundo.

Impostos sobre os rendimentos obtidos com fundos de investimentos

Como na maioria dos investimentos, nos FIs há a incidência de imposto de renda. Há também a possibilidade de incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Imposto de renda:

Para efeitos de incidência de imposto de renda, existe a classificação dos fundos conforme segue:

1) Fundos de curto prazo: com vencimento com menos de 365 dias;

2) Fundos de longo prazo: com vencimento com mais de 365 dias; e

3) Fundos de ações: Fundos que investem no mínimo 67% do seu patrimônio em ações. 

A incidência do imposto de renda ocorre sobre o rendimento, conforme as tabelas abaixo:

Imposto de renda para fundos de curto prazo:

Prazo

IR a ser pago

 

 

Até 180
dias

Alíquota de 22,5%

Acima de
180 dias

Alíquota de 20%

Imposto de renda para fundos de longo prazo:

Prazo

IR a ser pago

 

 

Até 180
dias

Alíquota de 22,5%

De 181 a
360 dias

Alíquota de 20%

De 361 a
720 dias

Alíquota de 17,5%

Acima de
720 dias

Alíquota de 15%

Diferentemente do que ocorre com outros investimentos, o imposto de renda, nas duas situações citadas acima, é cobrado não no resgate e sim duas vezes ao ano.

Atualmente essa cobrança é realizada no último dia útil de maio e novembro. A cobrança é realizada pelo administrador do fundo aplicando a menor alíquota aplicada em cada categoria. 

Imposto de renda para fundos de ações:

Nos fundos de ações há a incidência de uma alíquota única de imposto de renda. Atualmente essa alíquota é de 15% sobre o rendimento, retida na fonte, no momento do resgate.

Perceba que, diferentemente do que ocorre nos fundos de curto e longo prazo, nos fundos de ações a incidência de Imposto de renda é realizada apenas no resgate.

IOF:

A cobrança de IOF ocorre sobre o rendimento, mas apenas para os resgates realizados em um prazo inferior a 30 dias a contar da aplicação. Dessa forma, em investimentos com prazo superior a 30 dias não há essa cobrança.

A alíquota pode variar de 96% a 0%, dependendo do prazo. Veja a tabela do IOF abaixo:

Nº Dias

Alíquota

 

Nº Dias

Alíquota

 

Nº Dias

Alíquota

1

96%

 

11

63%

 

21

30%

2

93%

 

12

60%

 

22

26%

3

90%

 

13

56%

 

23

23%

4

86%

 

14

53%

 

24

20%

5

83%

 

15

50%

 

25

16%

6

80%

 

16

46%

 

26

13%

7

76%

 

17

43%

 

27

10%

8

73%

 

18

40%

 

28

6%

ATENÇÃO: só há incidência de IOF nas aplicações resgatadas em menos de 30 dias!

Vantagens dos fundos de investimento:

1) Os fundos de investimentos, possuem um CNPJ próprio. Dessa forma, os recursos dos investidores são mantidos em uma estrutura diferente do gestor ou do administrador. Caso haja problemas com a gestora ou o administrador do fundo, o dinheiro dos investidores está protegido;

2) É um investimento que conta com a gestão de um profissional, por isso a importância de escolher um fundo de uma gestora conhecida;

3) Possibilidade de diversificação mesmo com pequenos valores. Como os fundos investem em diversos tipos de títulos, seu dinheiro também está investindo com uma certa diversificação;

4) Investimento geralmente pequeno, há fundos com investimento mínimo de R$ 100,00 reais, por exemplo. Assim, você terá acesso a investimentos que não teria sozinho com seus R$ 100,00;

5) Os fundos de previdência permitem a portabilidade, dessa forma, caso não esteja satisfeito com as decisões da gestora do seu fundo, tem a possibilidade de portar seus recursos para um outro fundo.

Desvantagens dos fundos:

1) Em fundos de títulos de empresa privadas, há o risco de calote por parte da empresa, dando prejuízo ao fundo;

2) Não há a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mesmo em fundo de renda fixa; 

3) Risco de liquidez: os investidores podem solicitar resgate do valor investido e o fundo não ter dinheiro para a devolução, pois como o dinheiro fica investido, a depender do tipo de investimento, pode não ter liquidez imediata;

4) As decisões de onde investir ficam a cargo do gestor, assim, será ele que escolherá em quais ações investir, qual moeda investir, e o investidor não terá voz na escolha dos investimentos. 

 
Créditos: Javier Allegue Barros

Como escolher um fundo de investimento:

1) Decida se será um fundo aberto ou fechado;

2) Decida se será um fundo de renda fixa ou renda variável;

3) Sendo um fundo de renda fixa, decida se será de títulos públicos ou privados;

4) Procure a lâmina do fundo, esse é um documento com todas as informações essenciais do fundo e de seus investimentos;

5) Quem é o gestor do fundo? É um gestor bem avaliado no mercado? Quais os históricos de rentabilidade do fundo que se pretende investir ou de outros fundos do mesmo gestor?

6) Compare as taxas de administração dos fundos que pretende investir, assim como se há taxa de performance e qual seu percentual;

7) Veja o histórico de rentabilidade do fundo. Apesar da rentabilidade passada não ser garantia da rentabilidade futura, esse indicador lhe dará uma ideia de como tem sido a gestão do fundo até então;

8) Veja o valor mínimo para investimento, você tem esse valor disponível para investir?

9) Veja o prazo de pagamento após o resgate, há fundos de investimentos que estabelecem como regra o pagamento em apenas X dias após o resgate. Muitos fundos possuem prazo de 30, 60 ou 90 dias de pagamento após o investidor solicitar o resgate. 

Exemplo: Fundo com prazo de pagamento de D+60 significa que o pagamento será feito ao investidor somente 60 dias depois do dia da solicitação de resgate;

10) É de fundamental importância que o investidor verifique o rating, ou nota de risco da empresa que possui o crédito.

Rating é uma nota atribuída às empresas que representa sua capacidade de honrar suas dívidas. Essa nota é dada por agências de classificação de risco, a exemplo da Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch. 

Para maiores informações sobre Notas de riscos ou rating, clica aqui.

11) Não analise apenas um indicador, como mostramos acima, o ideal é fazer uma análise mais detalhada de vários indicadores, como os apresentados.

Como investir em FIs na prática:

De forma genérica:

1) É necessário abrir uma conta em uma corretora de valores de sua preferência ou ter uma conta em um banco que oferte esse tipo de investimento, a maioria dos grandes bancos possuem esse investimento;

2) Transferir seus recursos para sua conta na corretora ou para seu banco;

3) Escolher o ou os FIs que pretende comprar, sempre de acordo com o perfil de investidor;

4) Efetuar a compra na corretora ou banco.

 

Caro leitor, encontrou alguma incorreção no texto acima? Acredita que falta algo no texto? Escreva para nós em: contato@horadoinvestidor.com.br.