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19 de outubro de 2024
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O que é IPO e como funciona (Oferta pública inicial)

Tudo que você precisa sobre IPO para começar a investir melhor

IPO text ,Initial Public Offering on wooden block with stack of coins
IPO text ,Initial Public Offering on wooden block with stack of coins.

O que vamos ver neste artigo

O que é uma Oferta Pública Inicial (IPO)

Como funciona o IPO

Segmento de listagem da empresa que pretende ingressar na Bolsa

Por que empresas fazem IPO?

Vantagens do IPO

Desvantagens do IPO

Como investir em IPO na prática

Como escolher um IPO para participar?

O que é IPO

IPO, do inglês Initial Public Offering, em português Oferta Pública Inicial, é o processo em que empresas abrem o capital, ofertando parte das ações na bolsa de valores pela primeira vez, ou seja, é a estreia de uma empresa na Bolsa de Valores.

Oferta primária: É quando uma empresa emite e vende ações para o mercado pela primeira vez. Assim, são os donos originais que estão vendendo parte de suas ações para investidores, com o intuito de captar recursos para seus projetos futuros ou para lucro próprio.  Ou seja, é a primeira vez que a empresa oferta suas ações, tornando-se uma empresa de capital aberto.

Como funciona a Oferta Pública Inicial (IPO)

Ao iniciar o processo de IPO, a empresa escolhe o segmento de listagem que pretende ingressar na Bovespa.  Atualmente, temos 5 níveis de listagem na B3, cada nível tem um grau de exigência na governança corporativa:

1) Nível 1 (Empresas listadas nesse segmento devem adotar práticas de transparência e o acesso às informações pelos investidores. Assim, devem divulgam informações adicionais às exigidas em lei, como por exemplo, um calendário anual de eventos corporativos);

2) Nível 2 – Conforme a B3 o Nível 2 é similar ao Novo Mercado, porém com algumas exceções. As empresas listadas têm o direito de manter ações preferenciais (PN). No caso de venda de controle da empresa, é assegurado aos detentores de ações ordinárias e preferenciais o mesmo tratamento concedido ao acionista controlador, prevendo, portanto, o direito de tag along de 100% do preço pago pelas ações ordinárias do acionista controlador.

3) As ações preferenciais ainda dão o direito de voto aos acionistas em situações críticas, como a aprovação de fusões e incorporações da empresa e contratos entre o acionista controlador e a empresa, sempre que essas decisões estiverem sujeitas à aprovação na assembleia de acionistas.

4) Novo Mercado (O Novo Mercado é o seguimento com empresas no mais elevado padrão de governança corporativa. É um nível especial em que o padrão de governança corporativa é altamente diferenciado, com adoção de regras societárias que ampliam direitos dos acionistas, além da divulgação de políticas e existência de estruturas de fiscalização e controle.;

5) Bovespa Mais (Para empresas que desejam acessar o mercado de forma gradual, esse segmento tem como objetivo fomentar o crescimento de pequenas e médias empresas via mercado de capitais. A estratégia de acesso gradual permite que a sua empresa se prepare de forma adequada,  implementando elevados padrões de governança corporativa e transparência com o mercado, e ao mesmo tempo a coloca na “vitrine” do mercado, aumentando sua visibilidade para os investidores); e

6) Bovespa Mais Nível.

6) Bovespa Mais Nível.

Novo Mercado, conheça algumas regras do Novo Mercado relacionadas à estrutura de governança e direitos dos acionistas:

1) O capital deve ser composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto; 

2) No caso de alienação do controle, todos os acionistas têm direito a vender suas ações pelo mesmo preço (tag along de 100%) atribuído às ações detidas pelo controlador; 

3) Instalação de área de Auditoria Interna, função de Compliance e Comitê de Auditoria (estatutário ou não estatutário); 

4) Em caso de saída da empresa do Novo Mercado, realização de oferta pública de aquisição de ações (OPA) por valor justo, sendo que, no mínimo, 1/3 dos titulares das ações em circulação devem aceitar a OPA ou concordar com a saída do segmento; 

5) O conselho de administração deve contemplar, no mínimo, 2 ou 20% de conselheiros independentes, o que for maior, com mandato unificado de, no máximo, dois anos; 

6) A empresa se compromete a manter, no mínimo, 25% das ações em circulação (free float), ou 15%, em caso de ADTV (average daily trading volume) superior a R$ 25 milhões; 

7) Estruturação e divulgação de processo de avaliação do conselho de administração, de seus comitês e da diretoria; 

8) Elaboração e divulgação de políticas de a) remuneração; b) indicação de membros do conselho de administração, seus comitês de assessoramento e diretoria estatutária; c) gerenciamento de riscos; d) transação com partes relacionadas; e e) negociação de valores mobiliários, com conteúdo mínimo (exceto para a política de remuneração);

9) Divulgação simultânea, em inglês e português, de fatos relevantes, informações sobre proventos e press releases de resultados; 

10) Divulgação mensal das negociações com valores mobiliários de emissão da empresa pelos acionistas controladores.

Fonte: BOVESPA:

(https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/solucoes-para-emissores/segmentos-de-listagem/novo-mercado/)

O que é IPO 2
credito: Imagem de Sergei Tokmakov, Esq. https://Terms.Law

Por que empresas fazem IPO?

1) Uma oferta pública de ações é uma forma mais barata de captar recursos em comparação com os empréstimos bancários, assim o dinheiro captado no IPO, geralmente financia novos projetos da empresa;

2) Aumento de credibilidade da empresa, afinal, uma empresa com ações na bolsa tem que ser mais transparente com suas informações contábeis, informações estratégicas, etc. Todos os acionistas podem fiscalizar a empresa. Para abrir o capital (IPO), a legislação exige que a empresa tenha três anos de balanços auditados;

3) Aumento de liquidez para os sócios, com o IPO, fica mais fácil para os sócios originais terem liquidez, basta vender as ações que estão em carteira e obter dinheiro de forma mais rápida.

Oferta no mercado secundário: É quando os investidores que compraram as ações revendem as mesmas para o mercado, com o intuito de obter lucro na diferença de valores de compra e venda. Assim, as ações já existem e estão apenas sendo revendidas. 

IPO com lock-up: É o IPO em que o investidor fica impedido de vender suas ações logo após a ação ser lançada na bolsa. Nesses casos, existe um período em que os investidores não podem vender as ações.

IPO sem lock-up: É o IPO em que o investidor pode vender suas ações logo após a ação ser lançada na bolsa. Não tendo período de carência de venda como no caso de IPO com Lock-up.

IPO com esforços restritos de distribuição: É o IPO em que somente poucos investidores podem participar. A oferta de ações é realizada para até 75 investidores, dos quais somente 50 deles podem efetivamente investir de fato.

É um tipo de oferta destinada para investidores que possuam mais de R$ 10 milhões em investimentos.

Vantagens em participar de um IPO

1) Maior potencial de valorização na compra de ações com preços mais baixos, com possibilidade de vender com preços mais altos quando o negócio crescer;

2) Fazer especulações nesse movimento de estreia na bolsa com intuito de lucrar na operação;

3) Como a oferta é inicial, não há os custos de corretagem ao entrar em uma oferta Pública Inicial, a exemplo das taxas de corretagem e emolumentos;

Desvantagens em participar de um IPO

1) Como os preços das ações são imprevisíveis, o investidor pode ter frustrado seu objetivo de lucro e perder muito dinheiro se entrar em um IPO de uma empresa ruim;

2) Dificuldade de saber qual é o valor justo de uma ação que está estreando na bolsa;

3) Após o inicio das negociações o IPO tem os mesmos riscos que investir em ações já listadas na bolsa;

4) Como a empresa nunca foi listada na bolsa, não é possível usar a análise técnica ou analise gráfica.

Como investir em IPO na prática:

De forma genérica:

1) É necessário abrir uma conta em uma corretora de valores de sua preferência, caso ainda não tenha um conta em uma corretora de valores;

2) Transferir seus recursos para sua conta na corretora;

3) Escolher o IPO em que você deseja participar, escolhendo sempre de acordo com perfil de investidor;

4) Efetuar a reserva da quantidade de ações que tem interesse;

5) Aguardar a confirmação da operação da data definida.

Quando um IPO tem muito interesse por parte do mercado, ou seja, muitos investidores fazer a reserva das ações, pode ocorrer que nem todos os investidores sejam atendidos na solicitação de reserva e fiquem de fora, assim como pode ocorrer de investidores terem seu pedido de reserva atendido, mas não na quantidade solicitada, recebendo assim uma quantidade menor do que a solicitada.

Qual IPO PArticipar
credito: Imagem de Gerd Altmann

Qual IPO participar?

Essa é uma dúvida de muito investidores, qual IPO devo participar e quais não devo? O processo de escolha de um IPO segue a mesma linha de análise da escolha de qual ação comprar, no entanto, como a empresa está entrando na bolsa, temos menos informações sobre ela.

É de fundamental importância a leitura completa do Prospecto. 

Prospecto é um documento extenso, com dezenas de páginas, e é o documento mais importante para análise de um IPO. 

Nele estão contidas as informações essenciais para que o investidor conheça a empresa e possa tomar a decisão de participar ou não do IPO.

As informações contidas no prospecto são:

1) Informações sobre a empresa (projetos futuros da empresa, dados sobre a situação do mercado que a empresa pertence, os riscos do negócio, seu quadro administrativo);

2) Informações sobre o IPO (condições da operação).

O Prospecto precisa seguir uma estrutura pré-estabelecida que determina tanto o conteúdo quanto a sua forma de apresentação.

Período de reserva

É o período em que os investidores pessoas físicas irão informar que possuem interesse em participar do IPO, indicando quantas ações da nova empresa desejam adquirir. 

Essa formalização é realizada através de corretoras de valores que foram habilitadas para participar da oferta pública.

Bookbuilding

É o processo em que as empresas avaliam a demanda que o mercado tem por suas ações e preço que estão dispostos a pagar, para assim estabelecer o preço das ações ofertadas.

Follow On

Follow on é o processo de emissão secundárias de ações, no qual uma empresa que já fez sua oferta inicial (IPO), ou seja, já possui ações negociadas na bolsa, volta ao mercado para ofertar mais ações na Bolsa.

No IPO a empresa oferta suas ações ao mercado pela primeira vez, no Follow on é quando essa empresa oferta ações depois do seu IPO.

Essa oferta pode ser diversa e, por isso, são chamadas de ofertas subsequentes.

Da mesma forma que ocorre no IPO, as ofertas subsequentes, podem ser realizadas de forma pública ou restrita.

Na oferta subsequente pública, qualquer pessoa pode fazer a reserva das ações por meio de sua corretora com intuito de comprar essas ações.

No Follow On com esforços restritos, somente poucos investidores podem participar. A oferta de ações é realizada para até 75 investidores, dos quais somente 50 deles podem efetivamente investir de fato. É um tipo de oferta destinada para investidores que possuam mais de R$ 10 milhões em investimentos, ou seja, para os investidores classificados como investidores qualificados.

Tipos de Follow On

Na oferta subsequente temos as primárias e as ofertas secundárias.

Oferta primária

Na oferta primária é a própria empresa que está vendendo as novas ações. O objetivo é aumentar o capital social da empresa com emissão de novas ações. Os recursos obtidos com a venda das ações vão para o caixa da empresa, que serão utilizados em investimentos e novos projetos.

Oferta secundária

Na oferta secundaria são os acionistas da empresa que vendem suas ações. Esses acionistas são os investidores que compraram em algum momento as ações da empresa e desejam se desfazer delas.