O tamanho dos BRICS em números
- BRICSNoticias
- 23 de setembro de 2023
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O crescimento dos BRICS pode incomodar o mundo.
Quem são os BRICS?
Inicialmente os BRICS era uma associação de apenas cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China. Na época se chamava BRIC sem o “S”. Em 14 de abril de 2011 houve a inclusão da África do Sul e se tornou BRICS.
O nome BRICS é um sigla com as iniciais de seus 5 países membros. O “S” da África do Sul vem de South África, nome do país em inglês.
Todos os países membros possui uma economia emergente, ou seja, não há país desenvolvido no grupo.
O grupo tem buscado reformar as instituições financeiras globais, tentando ser um contrapeso à hegemonia dos países desenvolvidos do ocidente.
Em 24 de agosto de 2023, os BRICS anunciaram a entrada de seis novos países: Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito, Argentina e Emirados Árabes Unidos. A entrada desses membros será formalizada em 2024.
Apesar da entrada de novos membros, os novos entrantes não trarão grande impacto na participação do grupo no PIB mundial. Isso porque os novos países também são economias em desenvolvimento.
Estima-se que o PIB dos 6 países que farão parte dos BRICS em 2024 representa 3% do PIB global. Antes da entrada esses países o PIB do grupo representava 26,3% do produto interno bruto do mundo.
Analistas em geopolítica indicam que a China pode ser a grande vencedora com o aumento dos BRICS, aumento assim sua influência global. A China vem se posicionando estrategicamente na construção de relações internacionais baseada em seu poder econômico e focada em enfraquecer a influência global dos Estados Unidos.
Participação no PIB global
O Gráfico abaixo mostra as projeções do PIB dos BRICS para 2023, conforme projeções do Fundo Monetário Internacional – FMI. Perceba na tabela abaixo que o PIB do grupo representa cerca de 30% do PIB mundial.
| País | PIB (bilhões de dólares) | Participação Global (%) |
| Brasil | US$ 2.081 | 2,00% |
| Rússia | US$ 2.063 | 2,00% |
| Índia | US$ 3.737 | 3,60% |
| China | US$ 19.374 | 18,40% |
| África do Sul | US$ 399 | 0,40% |
| Arábia Saudita | US$ 1.062 | 1,00% |
| Irã | US$ 368 | 0,40% |
| Etiópia | US$ 156 | 0,10% |
| Egito | US$ 387 | 0,40% |
| Argentina | US$ 641 | 0,60% |
| Emirados Árabes Unidos | US$ 499 | 0,50% |
| BRICS Total | US$ 30.767 | 29,30% |
| Resto do mundo | US$ 74.362 | 70,70% |
Fonte: Visual Capitalist
A China possui a maior participação na produção global, representando 18,4% do PIB mundial. Já a economia brasileira representa apenas 2% do PIB do mundo.
População dos BRICS
Os BRICS sempre representaram uma grande parcela da população global graças à China e à Índia, únicos países com mais de 1 bilhão de pessoas.
Apesar da índia possuir uma população de quase 1,5 bilhão de pessoas, sua economia representa 3,6% do PIB global. Ou seja, embora a índia possua 6,6 vezes mais população que o Brasil, essa diferença populacional não é proporcional a sua representação do PIB mundial.
A tabela a seguir mostra os dados populacionais de acordo com a World Population Review. Vejam que a soma das populações dos países membros dos BRICS representa 46% da população mundial, totalizando 3,7 bilhões de pessoas.
| País | População | Participação Global (%) |
| Brasil | 216.422.446 | 2,70% |
| Rússia | 144.444.359 | 1,80% |
| Índia | 1.428.627.663 | 17,80% |
| China | 1.425.671.352 | 17,70% |
| África do Sul | 60.414.495 | 0,80% |
| Arábia Saudita | 36.947.025 | 0,50% |
| Irã | 89.172.767 | 1,10% |
| Etiópia | 126.527.060 | 1,60% |
| Egito | 112.716.598 | 1,40% |
| Argentina | 45.773.884 | 0,60% |
| Emirados Árabes Unidos | 9.516.871 | 0,10% |
| BRICS Total | 3,7 bilhões | 46,00% |
| Resto do mundo | 4,3 bilhões | 54,00% |
Fonte: Visual Capitalist
Os BRICS é assim, o maior mercado global em termos de populacionais. Para se ter uma ideia do tamanho da população dos BRICS, a União Europeia possui uma população de cerca de 448,4 milhões de pessoas, nem chegando a 1 bilhão de pessoas.
Participação na produção de petróleo
Com a entrada da Arábia Saudita no grupo, a produção de petróleo dos países membros será igualmente gigante. O país Saudita produz sozinho 12,9% da produção mundial de petróleo.
Com base nos números de 2022 da Revisão Estatística da Energia Mundial do Instituto de Energia, a participação dos BRICS na produção de petróleo global crescerá de 20,4% para 43,1% com a entrada da Arábia.
Um exemplo da pressão Chinesa para aumentar sua influência global, é que o país tem pressionado para que o comércio de petróleo seja em sua moeda, o yuan.
| País | Mil barris por dia | Participação Global (%) |
| Brasil | 3.107 | 3,30% |
| Rússia | 11.202 | 11,90% |
| Índia | 737 | 0,80% |
| China | 4.111 | 4,40% |
| África do Sul | 0 | 0,00% |
| Arábia Saudita | 12.136 | 12,90% |
| Irã | 3.822 | 4,10% |
| Etiópia | 0 | 0,00% |
| Egito | 613 | 0,70% |
| Argentina | 706 | 0,80% |
| Emirados Árabes Unidos | 4.020 | 4,30% |
| BRICS Total | 40.454 | 43,10% |
| Resto do mundo | 53.394 | 56,90% |
Fonte: Visual Capitalist
Os BRICS e sua participação nas exportações globais
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio de 2022, a expansão dos BRICS aumentará sua participação nas exportações mundiais para 25,10%, o que antes era 20,2%.
A China a muito tempo é sozinha a maior exportadora do planeta, exportando 14,4% de tudo que é exportado no mundo. Seguida dos EUA (8,3%), Alemanha (6,6%), Holanda (3,9%) e Japão (3,0%).
| País | Exportações (bilhões de dólares) | Participação Global (%) |
| Brasil | 334 | 1,30% |
| Rússia | 532 | 2,10% |
| Índia | 453 | 1,80% |
| China | 3.594 | 14,40% |
| África do Sul | 123 | 0,50% |
| Arábia Saudita | 410 | 1,60% |
| Irã | 73 | 0,30% |
| Etiópia | 3.9 | 0,02% |
| Egito | 49 | 0,20% |
| Argentina | 88 | 0,40% |
| Emirados Árabes Unidos | 599 | 2,40% |
| BRICS Total | 6.259 | 25,10% |
| Resto do mundo | 18.646 | 74,90% |
Fonte: Visual Capitalist
Novo aumento dos BRICS no futuro.
Segundo a agência de notícias Reuters, mais de 40 países manifestaram interesse em entrar nos BRICS. Sendo que 16 países já solicitaram oficialmente a adesão ao grupo, a exemplo da Argélia, Cuba, Indonésia, Palestina e Vietnã.
Especialistas alertam que com o grande aumento do grupo, tensões entre seus países membros poderão aumentar e podem ser inevitáveis.