Os BRICS Passam o G7: Uma Nova Era de Influência Global

Os BRICS Passam o G7: Uma Nova Era de Influência Global

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Brics x G7 em números: Quem é o maior?

Neste artigo iremos ver:

Brics x G7 em números

O que é o BRICS?

O que é o G7?

Os BRICs passaram o G7?

Comparação entre BRICS e G7

Força Geopolítica dos Brics

O Que Significa ‘Passar o G7’?

Por que o BRICS incomoda tanto Trump?

Fatores que contribuem para o Crescimento dos BRICS

Impacto da Ascensão dos BRICS na Economia Global

Desafios Enfrentados pelos BRICS

O Futuro da Cooperação entre os BRICS

Reação do G7 à Ascensão dos BRICS

Nos últimos anos, a dinâmica do poder global tem sido gradualmente redefinida, com um foco crescente nos BRICS e G7, que são compostos pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, dentre outros países. Esses países emergentes, que juntos representam uma parte significativa da população mundial e do PIB global, estão se consolidando como protagonistas no cenário econômico e político internacional. A ascensão dos BRICS como uma força influente destaca uma transição importante do poder

A presença dos BRICS nos fóruns internacionais e o aumento do seu poder em questões globais são indicativos de uma mudança nas dinâmicas de poder, desafiando a hegemonia ocidental e promovendo um equilíbrio mais representativo em termos de governança econômica e política.

Nesse post, exploramos o crescimento econômico dos BRICS, suas vantagens competitivas, e como eles estão formando novas alianças para moldar a economia internacional. Analisamos também os desafios enfrentados pelo bloco e a reação do G7 a essas mudanças. Este artigo oferece uma visão abrangente das dinâmicas entre esses grupos e o futuro das relações globais.

O que é o BRICS?

Conforme nosso artigo “O tamanho dos BRICS em números” inicialmente os BRICS era uma associação de apenas cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China. Na época se chamava BRIC sem o “S”. Em 14 de abril de 2011 houve a inclusão da África do Sul e se tornou BRICS.

O nome BRICS é um sigla com as iniciais de seus 5 países membros. O “S” da África do Sul vem de South África, nome do país em inglês.

Em 24 de agosto de 2023, os BRICS anunciaram a entrada de seis novos países: Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito, Argentina e Emirados Árabes Unidos. Por outro lado, a Argentina, sob a presidência de Javier Milei, formalizou sua decisão de não participar do bloco.

Atualmente, o BRICS é composto por onze países membros: seus cinco membros originais – África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia -, e os seis novos membros admitidos em 2024-25 – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Além disso, há são países parceiros do BRICS: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. Ao longo de 2024, mais de 30 países externaram interesse em participar do BRICS, quer na qualidade de membros, quer de parceiros.

Esse aumento de países membros é denominado de BRICS+

BRICS versus G7
BRICS versus G7

O que é o G7?

É o nome dado à reunião periódica dos sete países democráticos, entre os mais desenvolvidos economicamente. O grupo é formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

O G7 foi brevemente substituído pelo G8, com a entrada da Rússia. todavia, essa formação se desfez a partir da invasão e anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, quando o G7 voltou à composição original. O G7 se reuniu pela primeira vez em 1975.

As reuniões do G7 são realizadas anualmente, com a participação dos chefes de Estado e de governo dos países membros, além de representantes de outras organizações. 

O país que sedia a reunião anual do G7 assume a presidência do grupo durante aquele ano. O G7 geralmente convida outros países para participar de suas reuniões, a exemplo do Brasil.

Os BRICs passaram o G7?

Considerando a paridade de poder de compra (PPC), o Brics já ultrapassou o G7, e essa tendência tem se acentuado com a expansão do grupo para 11 membros, atingindo 40% do PIB mundial. 

Segundo dados da Statista, os Brics superaram em 2018 o G7 no PIB global em termos de PPC, que é uma forma de medir o tamanho da economia ajustando as diferenças de preços e custo de vida entre os países.

Em 2024, essa diferença se ampliou, com os Brics+ representando 36,7% do PIB mundial, contra 29,6% dos países do G7, segundo dados do FMI citados em um relatório da consultoria EY.

O Brics também supera o G7 em outros aspectos, como população, área terrestre, produção industrial e número de patentes internacionais registradas

O Bloco que represente o Sul Global cresce economicamente, desafiando antigos centros de poder, ampliando disputa por força internacional. No entando, o G7 tenha tradicionalmente dominado o poder político e econômico no mundo.

Comparação entre BRICS e G7

No que tange à inovação, o G7 ainda lidera em termos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Contudo, países do BRICS, especialmente a China e a Índia, estão se destacando significativamente em tecnologia da informação, inteligência artificial e energia renovável.

BRICS x G7

G7

População:  Menos de 10% da população mundial, cerca de 780 milhões de pessoas;

Participação no PIB mundial(nominal): Caiu de 64,4% em 2002 para 44,4% em 2024;

PIB por PPC: Caiu de 42,1% em 2002 para 29,6% em 2024;

Crescimento do PIB (2024):1,7%;

Produção de petróleo: Representam 27% da produção mundial

Brics+

População: Mais de 40% da população mundial, ou mais de 3,3 bilhões de pessoas;

Participação no PIB mundial(nominal): Subiu de 10,1% em 2002 para 27,3% em 2024;

PIB por PPC: Subiu de 24,1% em 2002 para 36,7% em 2024;

Crescimento do PIB(2024): 4%; e

Produção de petróleo: Concentram 43,6% da produção mundial.

PIB-Brasil
PIB-Brasil

 

Força Geopolítica dos Brics

Os Brics detém o controle de matérias primas estratégicas para o mundo e uma poderosa força demográfica. Adicionamente, os países que fazem parte dos BRICS possuem vastas reservas de minerais, petróleo, e terras agrícolas. Dessa forma, o bloco têm uma vantagem competitiva significativa em setores como energia e agricultura.

Os Brics concentram cerca de 44% da produção de petróleo e 72% das reservas mundiais de minerais de terras raras. Além disso, abrangem 36% da produção mundial de gás natural e 78,2% da produção mundial de carvão mineral, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia,

O Que Significa ‘Passar o G7’?

Passar o G7′ não é apenas uma análise quantitativa, mas um fenômeno que redefine as dinâmicas de poder econômico no cenário global, sinalizando o surgimento de um novo paradigma que enfatiza a colaboração e o crescimento em nível internacional. Essa nova realidade representa um desafio para as economias tradicionais e requer uma adaptação contínua às mudanças das forças econômicas globais.

Essa transição é marcada por um crescimento acelerado do Produto Interno Bruto (PIB) dos países BRICS, que se destaca mundialmente devido à sua capacidade de adaptação em um ambiente econômico global em constante mudança.

Nos últimos anos, o PIB combinado dos BRICS tem mostrado um aumento significativo, tornando-se um concorrente direto às economias do G7. Enquanto os países desenvolvidos enfrentam desafios como estagnação e crescimento lento, as economias emergentes do BRICS experimentam um aumento na produção industrial, inovação tecnológica e diversificação de suas economias. Essa mudança não é apenas estatística, mas também reflete a criação de novas parcerias comerciais e investimentos em infraestrutura, ampliando sua influência econômica global.

Além disso, o comércio entre as nações dos BRICS tem crescido substancialmente, impulsionado por acordos bilaterais e multilaterais que visam reduzir barreiras tarifárias e fomentar o comércio. A interdependência crescente entre esses países não apenas beneficia suas economias individuais, mas também diminui a relevância do G7 como a principal aliança econômica global. Através de investimentos estratégicos em setores como energia, tecnologia e agricultura, os BRICS estão se posicionando como líderes em inovação e desenvolvimento sustentável.

Trump e o Brasil
Trump e o Brasil

Por que o BRICS incomoda tanto Trump?

Donald Trump ameaçou o bloco, dizendo que o Brics acabaria ‘muito rapidamente’ se seguisse adiante com seus planos.

Em entrevista Trump Declarou:

“Eles têm o Brics, que é basicamente um grupo de países que são anti-Estados Unidos. É um ataque ao dólar, e não vamos deixar ninguém atacar o dólar.”

Trump também sinalizou a intenção de impor sanções aos países membros do bloco, com o Brasil recebendo uma taxação de 50% e a India de 35%.

O presidente americano enxerga o BRICS como uma força anti-americana e anti-dólar, o que pode gerar uma nova ordem mundial. O bloco oferece alternativas a instituições como o FMI e o Banco Mundial por meio de empréstimos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o “banco do Brics”, e de investimentos diretos de países como China e Índia.

Fatores que Contribuem para o Crescimento dos BRICS

Um dos aspectos mais significativos é o crescimento populacional desses países, que juntos representam uma parte considerável da população mundial. A ampla base demográfica não apenas fornece uma força de trabalho abundante, mas também cria um mercado interno vasto e em expansão, impulsionando o consumo e a produção.

Outro fator importante é a abundância de recursos naturais que estes países possuem. Com vastas reservas de minerais, petróleo, e terras agrícolas, os BRICS têm uma vantagem competitiva significativa em setores como energia e agricultura. Por exemplo, a Rússia é um dos maiores exportadores de petróleo, enquanto o Brasil se destaca na produção de alimentos, especialmente na soja e no café. Esta riqueza de recursos permite um crescimento sustentável e a habilidade de negociar acordos comerciais vantajosos em nível global.

As políticas econômicas adotadas pelos BRICS têm contribuído para consolidar seu crescimento. Os governos têm buscado implementar reformas que promovam a modernização econômica, a industrialização e a atração de investimentos estrangeiros. Além disso, a cooperação entre os países membros tem se mostrado um aspecto crucial para fortalecer suas economias. Iniciativas conjuntas, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), têm facilitado o financiamento de projetos infrastruturais e estimular o comércio entre os países membros, exemplificando um modelo de colaboração eficaz.

Resumo do Brasil
Foto de NastyaSensei: https://www.pexels.com/pt-br/foto/globo-de-mesa-na-lente-de-foco-raso-335394/

Impacto da Ascensão dos BRICS na Economia Global

A ascensão dos BRICS tem gerado grandes transformações na economia global, influenciando as dinâmicas de comércio e as relações internacionais.

À medida que esses países ganham mais relevância, novas redes de comércio estão se formando, alterando substancialmente o equilíbrio de poder econômico. Este fenômeno pode ser visto nas crescentes trocas comerciais entre os países do BRICS, que estão buscando reduzir a dependência do Ocidente e diversificar suas economias.

A nova configuração de alianças econômicas também é um aspecto crucial a ser observado. Com os BRICS se unindo em fóruns internacionais e promovendo acordos de cooperação, o impacto na economia global se torna visível através de iniciativas como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e a moeda comum para transações entre os membros. Essas ações promovem uma desglobalização gradual que desafia a supremacia das economias ocidentais tradicionais. A possibilidade de uma crescente autossuficiência econômica entre os BRICS também tem atraído a atenção de investidores e analistas, que avaliam esse novo cenário como uma tendência de longo prazo.

As reações dos mercados e das instituições financeiras tradicionais a essa ascensão têm sido variadas. Enquanto alguns investidores mostram confiança no potencial de crescimento dos BRICS, outros adotam uma postura cautelosa, preocupados com a instabilidade política e econômica em algumas dessas nações. Além disso, as instituições financeiras de renome, como o FMI e o Banco Mundial, estão sendo desafiadas a reconsiderar suas abordagens e modelos de análise, à medida que a influência dos BRICS na economia global cresce. Este desenvolvimento destaca a importância de uma adaptação contínua às novas realidades econômicas emergentes, que são, indiscutivelmente, moldadas pelo fortalecimento e pela colaboração entre os países do BRICS.

Desafios Enfrentados pelos BRICS

Os países dos BRICS não estão imunes a desafios significativos que podem impactar sua coesão e impacto global. Entre as questões mais preocupantes estão as instabilidades políticas internas que afetam a governança e a implementação eficaz de políticas.

Adicionalmente, as instabilidades econômicas também persistem como um fator limitante. Cada um dos membros dos BRICS enfrenta suas próprias crises econômicas, que, embora variem em gravidade e natureza, têm o potencial de alterar o equilíbrio do grupo. Por exemplo, a inflação em determinadas nações pode dificultar o crescimento econômico sustentável, enquanto a dependência de exportações pode expor os países a vulnerabilidades externas. Este cenário econômico incerto pode restringir a capacidade dos BRICS de agir de maneira conjunta e eficaz em questões globais.

A desigualdade regional é outra preocupação significativa. Enquanto algumas áreas têm experimentado crescimento acentuado, outras ainda lutam contra a pobreza extrema e a falta de infraestrutura. Essas disparidades podem criar tensões entre os membros do bloco, uma vez que as prioridades e interesses de desenvolvimento tendem a variar substancialmente.

Por último, as tensões geopolíticas emergentes, exacerbadas por rivalidades regionais e influências externas, também formam um desafio crucial. A crescente disputa de influência entre potências globais, como os Estados Unidos e a China, pode interferir na dinâmica dos BRICS, complicando a busca pela unidade e colaboração entre seus membros.

Tamanho do Mercado investimento no Brasil
Imagem de ar130405 por Pixabay

O Futuro da Cooperação entre os BRICS

A cooperação entre os países membros do BRICS  está numa trajetória de crescimento, que favorece o fortalecimento de suas economias e a projeção de influência global. A relação entre essas nações não é apenas estratégica, mas também essencial para lidar com os desafios contemporâneos que exigem uma resposta unificada. Uma das áreas mais promissoras para essa colaboração é a tecnologia. A interculturalidade e a troca de conhecimentos entre os países do BRICS podem impulsionar inovações tecnológicas, promovendo o desenvolvimento de soluções que beneficiem suas populações. O compartilhamento de informações sobre inteligência artificial e digitalização, por exemplo, pode trazer avanços significativos.

A criação de iniciativas conjuntas voltadas para a energia renovável e a proteção dos recursos naturais permitirá que esses países não apenas respeitem os compromissos ambientais, mas também estabeleçam um modelo que pode ser seguido globalmente.

Por fim, a segurança é outro vetor estratégico para a cooperação entre os BRICS. Em um cenário mundial em constante mudança, a união desses países em questões de segurança pode ser determinante para enfrentar ameaças comuns, como o terrorismo e a cibersegurança. O fortalecimento de laços nessa área poderá garantir um suporte mútuo e uma maior estabilidade regional.

Reação do G7 à Ascensão dos BRICS

Com a ascensão dos BRICS, o G7 enfrenta um desafio significativo em sua influência global. A primeira reação do G7 foi a conscientização de que o equilíbrio de poder internacional está em transformação. Os membros do G7 começam a perceber que a sua posição de hegemonia econômica e política pode estar ameaçada.

Para responder a esse desafio, o G7 considera diversas estratégias. Como estabelecer diálogos mais robustos com os países do BRICS, buscando áreas de cooperação mútua, como segurança alimentar, saúde global e sustentabilidade ambiental. Essa interação pode não só ajudar a mitigar tensões, mas também abrir portas para colaborações inovadoras que beneficiem ambas as partes.

Outro aspecto a se considerar é o aumento da competitividade em áreas de alta tecnologia. O G7 possui uma vantagem estabelecida em pesquisa e desenvolvimento, e investir nessas áreas pode ser uma forma de reafirmar sua influência. A concorrência nos setores de inteligência artificial, energia renovável e biotecnologia pode ser um terreno fértil para o G7 mostrar sua capacidade inovadora e liderança.

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