
Tarifaço de Trump: Brasil aumenta suas exportações apesar da taxação de 50%
- EconomiaNoticias
- 7 de setembro de 2025
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As Tarifas de 50% Impostas pelos EUA ao Brasil no Governo Trump em 2025
O Tarifaço de Trump de 50% imposto ao Brasil em 2025, frequentemente referidas como “Tarifaço”, surgiram com um contexto político significativo. A relação entre os dois países, embora historicamente robusta, passou por tensões no novo mandato de Trump. Dessa forma, as tarifas de 50% não devem ser vistas isoladamente, mas como parte de um conjunto maior de políticas protecionistas e a tentativa de interverência política no Brasil.
As tarifas foram anunciadas em julho de 2025 por meio de um post de Trump em sua rede social e completaram um mês. O governo brasileiro tenta se reunir com a Casa Branca para negociar, no entanto, não vem obtendo respostas. Isso porque o governo Trump não está disposto a negociar com o Brasil.
O governo Trump alega que as taxas impostas tem o objetivo de reduzir o déficit comercial que o país teria com o Brasil, o que não é verdade, já que os Estados Unidos são superavitários na balança comercial. Ou seja, eles vendem mais para o Brasil do que compram dos brasileiros.
O tarifaço não atingiu apenas o Brasil, mas grande parte do mundo, como é o caso da Índia, que também teve tarifas de 50%, canada e União Europeia. O medo é que as consequeência do Tarifaço reduza os empregos no Brasil, que teve recorde de postos de trabalho com carteira assinada.
Como ficaram as exportações Brasileiras depois do Tarifaço?
O Brasil exportou US$ 6,1 bilhões a mais do que importou – um aumento de 35% em comparação com agosto de 2024. As vendas cresceram para China, México e Argentina. Por outro lado, as exportações para os americanos caíram 18% em agosto.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, houve recorde das exportações brasileiras de janeiro a agosto, com cerca de US$ 227,6 bilhões.
A China foi é hoje o principal destino das exportações brasileiras, já os Estados Unidos foram o segundo principal destino em agosto.
Ao analisar a balança comercial brasileira vemos que o Brasil teve sucesso em conseguir que alguns produtos brasileiros fossem redirecionados para outros países.
Houve crescimento de 31% nas exportações para China e de 43,8% para o México. Ou seja, o Brasil conseguiu se adaptar e encontrar novos parceiros comerciais.
A receita das exportações brasileiros para o resto do mundo teve um aumento de 3,9% em agosto de 2025 em comparação com agosto de 2024. Dessa forma, o saldo da balança comercial cresceu 35,8%, passando de 4,5 bilhões de dólares em agosto de 2024 para 6,1 bilhões de dólares em agosto de 2025.

Quem é o maior parceiro comercial do Brasil?
As exportações para a China, que compra 1/3 de tudo o que Brasil vende para o exterior cresceram 29,9% em agosto de 2025.
Para mitigar as perdas causadas pelas tarifas americanas, o Brasil buscou diversificar suas parcerias comerciais, ampliando acordos com nações da América Latina, Europa e Ásia. As tarifas de 50% se revelaram mais do que um obstáculo imediato, mas uma reconfiguração estratégica que poderia moldar o futuro econômico do Brasil nos próximos anos.
Socorro aos exportadores contra o Tarifaço de Trump
O principal socorro aos exportadores é uma linha de crédito de R$ 30 bilhões anunciada pelo governo brasileiro.
Produtos mais afetados com o Tarifaço de Trump?
Os impactos do tarifaço são sentidos apenas em alguns segmentos de produtos brasileiros. Segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – Mdic, cerca de 55,4% das exportações receberam o teto tarifário imposto pelos EUA.
Café
O café brasileiro sofreu grandes perdas com a taxação, isso porque o Brasil é responsável por cerca de 35% do café consumido nos Estados Unidos.
A balança comercial de agosto — mês em que as tarifas entraram em vigor — teve uma queda de 18,5% para exportações aos EUA. A estimativa que somente o estado de Minas Gerais perdeu de R$ 1 bilhão em vendas.
Madeira
Outro produto que foi bastante afetado é a Madeira. A produção brasileira exporta cerca de 50% da produção nacional para os Estados Unidos.

Carne Bovina
Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações de carne bovina do Brasil. As vendas de carne brasileira para os EUA caíram após a taxação, no entanto, o comércio de carne para outros países compensou essa perda.
As vendas de carne para os Estados Unidos representam 4% de toda a produção de carne brasileira. Apesar de um valor expressivo, não gerou tanto impacto como se imaginava.
O Brasil é a origem de 26,6% de toda a importação de carne bovina dos EUA, de acordo com dados do Departamento de Agricultura americano (USDA, na sigla em inglês). Dessa forma, o mercado norte-americano é mais dependente da importação do Brasil do que a indústria brasileira das exportações para os EUA.
Após tarifaço, México passou a ser segundo maior importador de carne bovina do Brasil
Apesar do tarifaço, na média diária até dia 25 de agosto, o Brasil exportou 35% mais carne que no mesmo período de 2024.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), as exportações de carne do Brasil renderam uma média diária de US$ 74,55 milhões até dia 25 de agosto. O valor representa alta de 70,1% em relação ao mesmo mês de 2024.
Com a alta de preços da carne nos EUA, há importadores americanos que já consideram importar a carne do Brasil mesmo com a sobretaxa de 50%.
Neste cenário, a participação da carne no total das exportações brasileiras saltou de 3,35% em agosto de 2024 para 5,22% em agosto desse ano.
Como os Estados Unidos estão comprando mais carne de outros países, a exemplo Austrália e Argentina, esses países por sua vez diminuíram suas exportações para países como a China, abrindo assim espaço para o produto brasileiro no mercado chinês.
Em 2025, o Brasil criou 12 novos destinos para sua carena: Quênia, Butão, Suriname, Bósnia e Herzegovina, Sarawak, Vietnã, Bahamas, El Salvador, Filipinas, Indonésia e São Vicente e Granadinas.
Com a obtenção do status de país livre de febre aftosa, o Brasil espera abrir em breve o mercado japonês para exportação de carne bovina, uma conquista desejada há mais de 20 anos pelo setor.
Frutos do mar
70% das exportações de pescados do Brasil vai para os EUA.
Maquinas e equipamentos de construção civil
Cerca de 52,2% das exportações de maquinas para a construção civil brasileiras foram para aos americanos em 2024, com um montante de US$ 1,5 bilhão para o setor.

Preços disparam nos Estados Unidos e na Europa depois do Tarifaço de Trump
Os EUA já foram os principais exportadores de carne do mundo, mas hoje é dependente do mercado estrangeiro. Por outro lado, na Europeia, o rebanho comercial bovino é de 585 milhões de cabeças, o menor número da história
Analistas de mercado que essa situação é de escassez global de boi. Neste contexto, o Brasil está bem posicionado nesse mercado.
O tarifaço de Donald Trump afetou o consumidor americano, cujo os preços dispararam nos últimos meses. De acordo com BLS (Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA), o preço médio da carne moída para o consumidor final chegou a US$ 6,504 por libra. Uma libra é o equivalente a 453 grama. O que daria um valor de cerca R$ 77,71 por quilo.
A inflação nos Estados Unidos tem subido por conta do aumento de preços, para se ter uma ideia no acumulado de 12 meses a inflação por lá é de 2,7%.
O motivo do Tarifaço de Trump
No caso do Brasil, o tarifaço tem natureza política e não comercial. Isso porque o presidente Donald Trump cita diversas vezes o julgamento de Jair Bolsonaro entre os motivos para aplicar as tarifas ao Brasil.
Bolsonaro está sendo julgado pelo STF por tentativa de golpe de Estado, e esse foi o motivo que Trump impor as tarifas contra o Brasil.
Outro ponto importante é os Brics, no qual o Brasil faz parte. O bloco econômico passa O G7 e se tornou uma nova influência global.
Consequências Políticas e Futuras da Relação Brasil-EUA
A imposição do Tarifaço de 50% pelos Estados Unidos ao Brasil, traz repercussões políticas tanto nas relações bilaterais quanto no ambiente político interno do Brasil e no mundo. Este aumento significativo nas tarifas sobre produtos brasileiros não só afeta o comércio, mas também provoca um realinhamento nas relações diplomáticas entre os dois países. A resposta do governo brasileiro à Tarifaço inclui tentativas de renegociação de acordos e a busca por aliados em outros blocos comerciais, o que pode resultar em uma mudança fundamental na postura diplomática do Brasil diante das potências globais.
Além disso, o impacto da Tarifaço é visível no cenário político interno do Brasil, mesmo antes das eleições. A retórica política pode se intensificar à medida que os partidos usam a questão do comércio como um ponto de influência nas suas plataformas, levando à polarização em torno das políticas comerciais do governo.
O futuro das relações comerciais entre Brasil e EUA permanece incerto após 2025. A experiência do Tarifaço pode servir como um alerta para o Brasil, que historicamente tem buscado uma relação mais próxima com os Estados Unidos. A maneira como o Brasil reage a esta tarifa e as possíveis represálias definirá se o país se afastará dos seus laços comerciais tradicionais ou se buscará uma nova estratégia de aproximação.